Como
posso engatar ou ser engatado? E ultrapassada essa questão: como ter
uma aventura sexual num espaço público sem ser visto? A estas e outras
questões promete dar respostas o primeiro workshop sobre engate e sexo
em Portugal, esta segunda-feira à noite, em Lisboa, inserido no
movimento 'Primavera Global'.
foto Steven Governo/Global Imagens |
"Indignados" no Parque Eduardo VII |
"Fazer
cidades democráticas também é preservar os espaços de engate e de sexo
em locais públicos, mas discretos. E você, quer vir hoje ao parque?". O
convite partiu de uma filósofa, Anabela Rocha, e um sociólogo, Fernando
André Rosa, do coletivo 'Panteras Rosa', que decidiram associar ao
protesto global que decorre em 250 cidades mundiais - sete das quais
portuguesas - tal formação.
A dupla promete fazer desfilar os
formandos, a partir das 21 horas e gratuitamente, pelas zonas de
circulação e arborizadas do Parque Eduardo VII, em Lisboa, habitualmente
usadas para aventuras sexuais. E, ali, entre um arbusto e outro ou
atrás de uma árvore, fora da visibilidade pública, ensinar não só
técnicas de abordagem e prática sexual em locais públicos, como alertar
para casos de violência que tem ocorrido sobre os adeptos destas
práticas.
Segundo Anabela Rocha, este singular workshop surge
como forma de preservar a história deste local como "zona de excelência
de engate e de fantasias eróticas, especificamente urbanas, de interação
com um estranho".
"É necessário refundar as cidades numa
perspetiva mais democrática. Este é o nosso contributo nesse sentido. Há
aqui uma herança 'queer' (identidades sexuais não normativas) que é
necessário não ficar estigmatizada mas antes obter visibilidade e
impor-se no mapa da cidade", refere.
"A prática de engate 'queer'
nos parques favorece as interações sem necessidade de consumir, sem
barreiras linguísticas ou de classe", acrescenta.
in "http://www.jn.pt/PaginaInicial/Sociedade/Interior.aspx?content_id=2515704"
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